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'Operação Expurgare': PF desarticula esquema bilionário de fraude ambiental em secretaria do governo Wilson Lima

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    Portal Memorial News
  • 10 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura
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Por Juca Queiroz - Redação Memorial

Com informações da Asscom/PF

Foto: Arthur Castro/Secom/Divulgação


Manaus/AM - Uma megaoperação da Polícia Federal desarticulou, nesta segunda-feira (9), um esquema bilionário de corrupção envolvendo servidores do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Batizada de 'Operação Expurgare', a ação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em três estados: Amazonas, Rondônia e Pernambuco. O foco são servidores e empresários acusados de falsificar licenças ambientais, suspender multas e emitir autorizações ilegais para desmatamento em larga escala.


As investigações apontam que o esquema funcionava com a participação de altos servidores do Ipaam, estrategicamente posicionados para facilitar práticas ilícitas. A 'Expurgare' é a terceira fase das investigações iniciadas pela 'Operação Greenwashing', em junho de 2024, que revelou um esquema bilionário de fraudes fundiárias e créditos de carbono envolvendo áreas invadidas da União. Entre os envolvidos está o ex-secretário João Coelho Braga, conhecido como 'Braguinha', preso na ocasião.


A organização criminosa aproveitava brechas no sistema de gestão ambiental para fraudar dados e legalizar atividades que devastavam a floresta amazônica. O golpe incluía a falsificação de títulos fundiários, licenças ambientais e a manipulação de informações no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a conivência de servidores públicos.


Os danos ambientais e financeiros são alarmantes: Áreas invadidas: Mais de 538 mil hectares de terras públicas foram apropriados ilegalmente. Fraude em créditos de carbono: A exploração irregular foi “maquiada” para gerar lucros milionários. Prejuízo bilionário: Bloqueios judiciais já somam quase R$ 1 bilhão.


Segundo a PF, parte dos investigados já era alvo de apurações anteriores, como na Operação Arquimedes (2019), que desarticulou uma quadrilha de extração ilegal de madeira no Amazonas. Em ambos os casos, a rede criminosa incluía engenheiros florestais, empresários e servidores públicos.


A Operação Expurgare se conecta diretamente à Operação Arquimedes, deflagrada em 2019, quando a Polícia Federal desarticulou um esquema de extração ilegal de madeira na Amazônia, envolvendo servidores do Ipaam e empresas madeireiras. Ambas as operações expõem a fragilidade das estruturas de fiscalização e a corrupção sistêmica dentro de órgãos ambientais, permitindo que atividades criminosas como o desmatamento ilegal e a comercialização de recursos naturais fossem realizadas com o apoio de servidores públicos.


O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, foi exonerado nesta segunda-feira (9), após a operação. O grupo, suspeito de tomar posse de 538 mil hectares de terras da União, teve bens avaliados em quase R$ 1 bilhão bloqueados.


A Polícia Federal revelou que Juliano Valente fazia parte de uma organização criminosa envolvida em fraudes fundiárias no sul do Amazonas.

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A ação policial desta segunda-feira é um desdobramento da 'Operação Greenwashing' já havia revelado um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea, no sul do Amazonas, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas ações criminosas resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)


Os créditos de carbono, que fizeram parte do esquema, são uma ferramenta usada para combater o aquecimento global. Eles surgiram como uma maneira de compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis por alterações climáticas. Empresas ou países que conseguem reduzir suas emissões podem gerar e vender esses créditos como uma forma de compensação ambiental.


Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa que deixaram de ser emitidos, originados de projetos como o uso de energias renováveis, reflorestamento, gestão de resíduos ou redução do desmatamento.

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Segundo a Polícia Federal, durante a execução dos mandados de busca e apreensão na residência de Juliano Valente, ele tentou jogar fora o celular, mas não conseguiu. O aparelho foi apreendido e será periciado. Por ordem da Justiça, ele foi afastado do cargo, e na tarde de segunda-feira, o governo estadual confirmou a exoneração dele do Ipaam.


Juliano Valente foi nomeado diretor-presidente do Ipaam no primeiro mandato de Wilson Lima, em 2019, e reconduzido ao cargo no segundo mandato, em 2023.










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