'Operação Abraccio': Polícia Civil prende quadrilha com mais de 200 mil arquivos de imagens de jovens em situações degradantes
- Portal Memorial News

- 30 de jun.
- 3 min de leitura

Por Juca Queiroz - Redação
Jornalista MTB 088/DRT-AM
Fotos: Reprodução/TV Globo
A operação 'Abraccio', que mira uma quadrilha que compartilhava imagens íntimas e humilhava meninas e mulheres por meio de chantagens realizadas nas redes sociais apreendeu, na manhã desta segunda-feira (30), mais de 200 mil arquivos de fotos e vídeos de jovens em situações degradantes impostas pelo grupo. Cinco homens foram presos, e quatro menores, apreendidos.
“Elas eram obrigadas a se mutilar, escrever os nomes desses homens em partes de seus corpos”, afirmou a delegada Gabriela von Beauvais, diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM).

A ação aconteceu em 21 municípios em 8 estados - Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Amazonas, Goiás, Piauí - e no Distrito Federal e contou com a participação de mais de 160 policiais.
"Os vídeos são muito fortes. São vídeos com conteúdo misógino e racista, com xingamentos. Foram inúmeras violências praticadas ali. Eles também exigiam sacrifício de animais que essas vítimas tinham. Porque o objetivo era que elas sofressem muito. Nada era suficiente", disse a delegada Fernanda Fernandes.
Prisões
s policiais civis cumpriram quatro mandados de prisão. Uma pessoa está foragida. A delegada Gabriela definiu as cenas das imagens apreendidas como “horrendas”.
“É um grupo criminoso misógino que visava humilhar meninas e mulheres através de violência psicológica, violência física e violência sexual. Tudo virtualmente”, explicou.
O grupo agia conquistando a confiança das vítimas por meio de aplicativos de namoro ou outros meios virtuais. Após convencer as mulheres a enviarem fotos íntimas, os integrantes passavam a ameaçá-las com a divulgação das imagens.
Elas eram convencidas a participar de “desafios” que contavam com várias formas de violência.
Um dos presos é o militar da Aeronáutica Pedro Henrique Silva Lourenço que, de acordo com a polícia, é suspeito de aliciar as vítimas, que eram obrigadas a participar de “desafios” nos quais eram obrigadas a se automutilar. Quem não cumpria tinha imagens íntimas divulgadas. Ele foi questionado, mas preferiu não se manifestar.
Também foram presos: Gustavo Barbosa da Silva e João Vitor França de Souza. Vitor Bruno Tavares, que já estava preso, teve a prisão convertida de temporária para preventiva. Outros 4 menores foram apreendidos.
Investigações
As investigações sobre o grupo começaram a partir da denúncia da mãe de uma menor de 16 anos, que procurou a Deam de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“A partir daí conseguimos identificar esse autor. Ele simulava um envolvimento amoroso com a vítima e, a partir daí, ela mandou a primeira foto íntima e passou a ser coagida e ameaçada”, afirmou a delegada Fernanda Fernandes.
Ela contou que, a partir das primeiras ameaças, os “desafios” impostos pelo grupo migraram para o aplicativo Discord.
“Começaram a exigir dessa vítima, alguns ela teve que cumprir, acreditando que não ocorreriam consequências e, mesmo tendo cumprido parte deles, eles criaram outro grupo, aí sim para divulgar dados pessoais dela, da mãe da vítima. E os vídeos íntimos”, contou a delegada.
Fernanda Fernandes contou que o segundo grupo foi criado para a divulgação dos dados para os familiares da menor, com o objetivo de humilhá-la. A mãe da adolescente soube por ele que a filha estava sendo chantageada.
A partir da identificação do primeiro integrante, foi possível para os investigadores saber quem eram os outros integrantes da quadrilha.
Também foi possível para os policiais saberem quem eram as vítimas. Pelo menos 10 meninas e mulheres foram identificadas, mas o número pode ser maior.
Menores
As investigações continuam com o objetivo de identificar mais envolvidos nos crimes sexuais. As duas delegadas destacaram a importância de que os pais monitorem o tipo de conteúdo que os filhos consomem na internet, para minimizar as chances de que caiam em armadilhas de criminosos. E que, em caso de crime, a polícia deve ser procurada.
















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