Caprichoso abre o Festival de Parintins com 'Onça Mothokari', que é o grande destaque do tema “Amyipaguana: retomada pelas lutas”

Por Juca Queiroz - Redação

Jornalista MTB 088/DRT - AM

Fotos: Reprodução/TV ACRÍTICA

PARINTINS/AM - A primeira apresentação do Caprichoso no 58º Festival Folclórico de Parintins foi marcada pela alegoria da Onça Mothokari. Mothokari, ligada ao sol e à energia do ritual, é uma entidade que simboliza a força e a proteção, com o objetivo de afastar o mal e trazer cura. No contexto do festival, a alegoria de Mothokari, com elementos como fogo e indígenas, representa a conexão com a natureza e a cultura local.

Neste ano, ela apareceu como momento cenográfico, representando as raízes de luta da ancestralidade Yanomami. A porta-estandarte Marcela Marialva, o item 5 do Boi Caprichoso, emergiu espetacularmente da fantástica e gigantesca alegoria .

Entre os outros destaques da apresentação esteve a alegoria “Yurupari”, o Legislador, criada pelo artista Roberto Reis. A obra apresentou a história da divindade indígena Yurupari, personagem tradicional da cultura amazônica que, ao longo da história, foi demonizada por religiosos no processo de catequização das populações indígenas. Do alto da estrutura, surgiu a cunhã-poranga azul e branco, Marciele Albuquerque, que evoluiu com o pajé Erik Beltrão e representantes das tribos indígenas, imergindo o público no universo ancestral da Amazônia.

De acordo com o projeto do boi, Yurupari, filho de Ceucy da Terra, foi “desdemonizado” no solo sagrado do Bumbódromo — uma reinterpretação que devolve a verdadeira essência dessa entidade aos povos indígenas, especialmente os do Alto Rio Negro.

A Figura Típica Regional escolhida pelo Caprichoso foi “Majés, as Senhoras da Cura, assinada pelos alegoristas Preto e Paulo Pimentel”, conhecidos como Irmãos do Palmares. A apresentação homenageou as mulheres da Amazônia que, com conhecimentos sobre plantas medicinais e técnicas tradicionais, atuam na preservação da cultura e na promoção da saúde nas comunidades.

A apresentação foi encerrada pelo Ritual Indígena que teve como tema “Ritual Tupinambá: A Retomada da Verdade Originária”, a alegoria foi desenvolvida pelo artista Jucelino Ribeiro, que trouxe